Ano Santo: a misericórdia é a essência do Evangelho

(Radio Vaticana)

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Este sábado, às 17h30 locais, o Papa Francisco presidirá à cerimônia solene de publicação da Bula de convocação do Jubileu da Misericórdia.

Após a leitura, diante da Porta Santa da Basílica Vaticana, de alguns trechos da Bula – intitulada “Misericordiae vultus” –, o Santo Padre presidirá à celebração das primeiras Vésperas da Divina Misericórdia, durante a qual entregará uma cópia do documento a seis representantes da Igreja no mundo.

A festa da Divina Misericórdia está indissoluvelmente ligada a São João Paulo II, que a introduziu, e ao carisma de Santa Faustina Kowalska, que dela foi apóstola. A Rádio Vaticano entrevistou o reitor do Santuário da Divina Misericórdia de Roma, Pe. Jozef Bart. Eis o que disse:

Pe. Jozef Bart:- “A Divina Misericórdia sempre trouxe uma extraordinária alegria nos corações de todos os fiéis, porque dela brotam graças, graças infinitas. Mas este ano vivemos a festa da Divina Misericórdia no anúncio, por porte do Papa Francisco, da convocação do Ano Santo, e a alegria é ainda maior com a convocação feita com as primeiras Vésperas da Divina Misericórdia.”

RV: Em que o impressionou a decisão do Papa de convocar um Ano da Misericórdia?

Pe. Jozef Bart:- “Quando o Papa Francisco anunciou a decisão de abrir o Ano Santo da Misericórdia, imediatamente fiz referência ao Pontificado de João Paulo II, o qual fez de seu Pontificado a imagem da misericórdia, e não só: João Paulo II, com a sua morte, com as primeiras Vésperas da Divina Misericórdia, deu um início ao caminho de misericórdia neste terceiro milênio. João Paulo II deixou-nos uma grande herança e essa herança está contida no ato de consagração à Divina Misericórdia que João Paulo II realizou em 17 de agosto de 2002 em Cracóvia – capital do culto à Divina Misericórdia. Nesse ato de consagração, João Paulo II pede que toda a humanidade, todos os habitantes da terra façam a experiência dessa misericórdia. Pois bem, a proclamação do Papa Francisco do Ano da Misericórdia é uma resposta a esse ato de consagração, porque o Jubileu da Misericórdia fará de modo que essa mensagem realmente chegue aos homens de boa vontade desta terra.”

RV: Há muitos anos o senhor está a serviço, neste Santuário, do carisma de Santa Faustina Kowalska, que João Paulo II quis mostrar ao mundo inteiro. A seu ver, de que modo esse carisma enriqueceu a Igreja, a vida dos fiéis?

Pe. Jozef Bart:- “João Paulo II, na “Dives in misericórdia”, escreveu que a Igreja, a missão da Igreja, em todos os momentos da sua história, é proclamar a mensagem da Divina Misericórdia e introduzir os homens nesta misericórdia. Essa misericórdia é a essência do Evangelho. O Papa Francisco diz que a misericórdia é o melhor do ensinamento de Jesus, mas com Santa Faustina, com a sua canonização, primeira Santa do Grande jubileu – em 30 de abril de 2000 –, esta Santa, esta mística traz uma nova luz para a Igreja, para o anúncio da misericórdia da Igreja, para a celebração, para a prática dessa misericórdia. E são as cinco formas do culto que a Irmã Faustina nos oferece: trata-se da festa da misericórdia, da novena da misericórdia, da hora da misericórdia, da imagem da misericórdia, e da difusão deste culto no mundo, em meio às pessoas que são tocadas por multiformes misérias espirituais e materiais.”

RV: Fazer a experiência da misericórdia de Deus, fazer a experiência de Seu perdão significa também redescobrir o Sacramento da Reconciliação...

Pe. Jozef Bart:- “Sim. A misericórdia abre o coração do homem ao Sacramento da Reconciliação. Essa misericórdia pode ser experienciada concretamente e todo pecador, todo homem marginalizado, já condenado humanamente falando, ao invés, tem a possibilidade de reerguer-se e de se tornar santo propriamente porque a Misericórdia de Deus perdoa todos os pecados. É bom recordar que justamente na Festa da Misericórdia – o que depois ocorrerá durante o Jubileu – a Igreja concede a indulgência, o perdão pelos pecados, as penas pelos pecados cometidos, segundo as condições requeridas pela Igreja para a indulgência.” (RL)

(Radio Vaticana)